terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Crescimento Populacional - A ética cristã e o problema demográfico:


A ética cristã procura enfrentar o problema demográfico de um ponto de vista diferente do colocadopor Malthus.



Ela prega a necessidade de haver uma colaboração em escala mundial para resolver os problemas econômicos e sociais e, salienta a importância de uma política demográfica correta que destine a promover os valores humanos e sociais. principalmente ela chama a atenção para melhor distribuição das riquezas, o que tornará o fantasma da superpopulação um mero fantasma. O problema demográfico tem que ser encarado como ligado aos outros problemas(1), e só perfeitamente compreensível quando relacionadocom os outros.



A ideologia malthusiana e neomalthusiana sofreu em 1974 na Conferência Mundial da População realizada em Bucarest uma derrota significativa (2) e, como ideologia anti-natalista ela procura esconder a verdadeira face do problema que está ligado, como já mostramos aqui neste blog, ao consumo desigual dos recursos humanos, a distinção entre países pobres e ricos e má distribuição populacional (3).

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  1. Antônio MOSER - O problema ecológico... pp. 35-42
  2. Antônio MOSER - O problema ecológico... p. 52.
  3. Cf. Antônio MOSER - O problema ecológico... p. 52; IDEM - O problema demográfico... pp. 45-54.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Crescimento Populacional - Os números do problema demográfico 3:


De qualquer maneira, os números que apresentamos nas postagens anteriores tem preocupado alguns autores que tratam do problema demográfico e que se perguntam se poderemos encontrar uma forma de alimentar a todos os seres humanos no futuro (1).



O problema demográfico é um problema sério não só porque traz no seu bojo problemas sociais, econômicos, políticos, habitacionais, ideológicos, ocupacionais, sanitários, urbanísticos, ambientais e ecológicos (2), mas também porque coloca com clareza os problemas gerados pelo sistema econômico e deixar perceber claramente a formulação ideológica dos seguidores de Malthus, que procurando isolar as estratérgias do conjunto de outros problemas no qual o crescimento populacional está inserido, se colocam a especular qual será a população do Brasil daqui a 75 anos ou mesmo a 400 anos, baseado apenas no crescimento de 2,4% mostrado pelo recenseamento de 1980 (3).



A própria idéia de controlar a natalidade para fazer crecer a riqueza destina-se apenas a fazer crer que as estruturas sócio-econômicas dos países subdesenvolvidos são justas, não havendo necessidade de alterá-las.



Do resto, o surgimento da teoria de Malthus no início do século XIX fazia parte de uma tentativa de fortalecer o conservadorismo econômico abalado pelas revoluções francesa e norte-americana. Posteriormente, quando John START MILL publicou sua obra, o controle da natalidade voltou a ser cogitado e, recentemente, após o "Grande Despertar" dos povos subdesenvolvidos, a teoria de Malthus voltou a ser considerada como a grande saída conservadora (4).

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  1. Cf. a respeito, Paul OVERHAGE - O Homem, Câncer da Terra? Petrópolis, Vozes, 1971;Bernard BERELSON - População: a crise que desafia o mundo. São Paulo, Cultrix, 1972; Garrett HARDIN- População, Evolução e Controle da Natalidade. São Paulo, CEN/EDUSP, 1967.
  2. Antônio MOSER - O problema ecológico... p. 20.
  3. J. O. de Meira PENNA - "Malthus e o princípio da população" in CM. Rio de Janeiro, XXXV (414): 11-28, set.-out. 1s989.
  4. Gunnar MYRDAL - Teoria econômica e região subdesenvolvida, pp. 175-177.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Crescimento Populacional - Os números do problema demográfico 2:


Continuação da análise do Quadro do Crescimento Demográfico:

Tomando-se o referencial apenas a partir da era cristã teríamos duplicações (segundo C. P. BELTÃO) em 1600 anos (1600), 250 anos (1850), 80 anos (1930) e 45 anos (1975). Em alguns países do Terceiro Mundo esta população chegou a dobrar em apenas 20 anos (1). Mas, a produção de alimentos, ao contrário do que afirma Malthus, aumentou bem mais depressa do que a própria população, tendo triplicado apenas no período de 1850-1950, enquanto a população apenas duplicou (2).



Os dados do quadro mostram também que em percentuais aconteceu um grande aumento populacional nos últimos tempos. Enquanto o aumento teria sido apenas 0,3% no período de 1650-1750, de 0,45% no período de 1750-1850 e 0,88% em 1920, passou para 1% em 1940, 1,12% em 1958. A população teria mais que duplicado no período de 1850-1950 devido principalmente ao crescimento das populações dos países subdesenvolvidos da África, América Latina e Ásia, que já concentravam mais de 80% da população mundial na virada do século (3).



Aqui reside um ponto importante e que ajuda a explicar a disseminação da ideologia malthusiana e neomalthusiana nos dias de hoje. No final do século XIX (1890) o novo industrialismo que havia transbordado da europa para o mundo parecia garantir aos europeus uma era de grande predomínio no mundo. Mas, se observarmos os cinquenta anos seguintes, ou seja, o período compreendido entre 1890-1940 tudo já havia mudado e, esta mudança se deu com a grande revolução demográfica acontecida no período, que ajudou a deslocar o centro da história da europa para a América e para a Ásia. O historiador Geoffrey BARRACLOUGH chamou a atenção para esta importante virada comandada pela demografia e que projetou não apenas os Estados Unidos e a então União Soviética, mas países como a China, a Índia, o Japão e o Brasil.



O centro mundial foi aos poucos se transferindo para outros continentes e, Geoffrey BARRACLOGH mostrou a ironia do destino no fato de que foram as próprias potências européias que sem o perceber despertaram na Ásia e na África forças que estão a desafiar a própria hegemonia da Europa (4).



Nos dias atuais, o movimento parece claro com a grande explosão demográfica que colocará quase toda a população mundial nos países subdesenvolvidos, que pressionados pela própria necessidade estão questionando o atual modelo econômico.

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  1. Fritz BAADE - Economia Mundial da Alimentação, pp. 15-16; C. P. BELTRÃO - "A população mundial numa nova virada histórica" in Revista Vozes. Petrópolis, LXXIV (1), p26, jan.-fev. 1980; IDEM - Demografia, Ciência da População. Análise e teoria, pp. 34 ss.
  2. Fritz BAADE - Economia Mundial da Alimentação, pp. 15-16.
  3. Yves LACOSTE - Os países subdesenvolvidos, pp. 31-32.
  4. Geoffrey BARRACLOUGH - Introdução à História Contemporânea, Cap. III - "Uma Europa Menor", pp. 64-89.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Crescimento Populacional - Os números do problema demográfico 1:


As correntes malthusianas e neomalthusianas sempre se basearam nos números para melhor alarmar a população mundial. E, realmente, se tomarmos a evolução da população mundial desde 700o a. C. até os dias de hoje e realizarmos algumas projeções para o futuro, os dados podem impressionar.

Vejamos o quadro abaixo:

Anos e Número de Habitantes:

7000 a. C ........................................................................... 10.000.000
4500 a. C. ........................................................................... 20.000.000
2500 a. C. ........................................................................... 40.000.000
1000 a. C. ........................................................................... 80.000.000
1 d. C. ........................................................................... 250.000.000
900 d. C. ........................................................................... 320.000.000
1650 d.C. ........................................................................... 500.000.000 (ou 515/517.000.000)
1750 d. C. ........................................................................... 705.000.000
1800 d. C. ........................................................................... 1.000.000.000
1850 d. C. ........................................................................... 1.171.000.000 (ou 1.100.000.000)
1900 d. C. ........................................................................... 1.608.000.000
1920 d. C. ........................................................................... 1.811.000.000
1930 d. C. ........................................................................... 2.070.000.000
1940 d.C
........................................................................... 2.295.000.000
1950 d. C. .......................................................................... 2.517.000.000 (ou 2.400.000.000)
1960 d. C. .......................................................................... 2.990.000.000
1970 d. C. .......................................................................... 3.706.000.000
1975 d. C. .......................................................................... 4.000.000.000
1977 d. C. .......................................................................... 4.100.000.000
1980 d. C. ......................................................................... 4.500.000.000
1989 d. C. .......................................................................... 5.200.000.000
1990 d. C. .......................................................................... 5.300.000.000
1992 d. C. .......................................................................... 5.500.000.000
1995 d. C. .......................................................................... 6.000.000.000
2000 d. C. .......................................................................... 7.000.000.000
2015 d. C. .......................................................................... 9.000.000.000 (previsão)
2100 d. C. ........................................................................ 35.000.000.000 (previsão)(1)


A análise do quadro acima deve ser feita com o devido cuidado, pois os números das épocas mais recuadas estão sujeitos a controvérsias entre os especialistas e, os números do futuro representam apenas previsões de demógrafos, que podem estar erradas. Aliás, como já assinalou um autor, nós "estamos acostumados a prognoses demasiadamente superficiais e errôneas, mesmo por parte de excelentes demógrafos" (2).



De qualquer forma, alguns dados podem impressionar devido à contínua aceleração do crescimento populacional. Notamos pelo quadro que tivemos oito duplicações sucessivas da população entre 7000 a. C. a 1950 d.C. e estas duplicações levaram 2500 anos, 2000 anos, 1500 anos, 1000 anos, 900 anos, 800 anos, 150 anos e 100 anos (segundo Fritz BAADE), o que daria na progressão geométrica de Malthus.
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  1. Cf. para o quadro, F.BAADE - Economia Mundial da Alimentação, pp. 15-16; Celso ANTUNES - Uma aldeia em perigo, p. 42; Antônio MOSER - O problema demográfico e as esperanças de um mundo novo, p.16; Leonardo BOFF - Ecologia, Mundialização..."A população mundial numa nova virada histórica" in R. Vozes, LXXIV (1), p. 26, jan.-fev. 1980; Francelino S. PIAUÍ - Homem e Poluição, pp. 70-71. p.24; C. P. BELTRÃO _
  2. P. OVERHAGE - Homem, Câncer da Terra, p. 15.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Crescimento Populacional - O crescimento Populacional e Ideologia 2:




A Teoria de Malthus





Thomas Robert MALTHUS (1766-1834), que no entender de um autor se situa na "linguagem austera e tenebrosa criada pelo Calvinismo" (1). e ocupava confortável posição na sociedade inglesa (era de família abastada) escreve o seu famoso Ensaio sobre a população (1978) no qual anuncia a sua célebre lei:

"A população, quando não controlada, crece numa progressão geométrica. Os meios de subsistência cresce apenas numa proporção aritmética" (2).

Ele quis dizer com isso que chegarímos em um tempo em que o mundo se encheria de gente, faltando assim o alimento necessário e, proliferando em consequência a desordem, a subnutrição e a fome.



A tese anti-natalista não era nova e já havia sido satirizada antes da época de Malthus por Jonathan SWIFT (1667-1745) em um escrito intitulado Modesta proposta para evitar que os filhos dos pobres sejam uma carga fazendo dos mesmos um artigo de alimentação (3). no qual propõe jocosamente que os pobres comessem os seus filhos para evitar a pobreza, a fome e o crecimento populacional. A Tese anti-natalista de MALTHUS foi desmentida também a posteriori, pois como assinalou acertadamente Mário da Silva PINTO, ninguém poderá comprovar esta tese em nenhuma época da história (4). No próprio século XVIII, cientistas vinham trabalhando em descobertas químicas e técnicas de produção que revolucionariam a agricultura e promoveriam o aumento da produção (5).



A teoria de Malthus foi desmentida não apenas teoricamente, mas praticamente (6) e, na própria Inglaterra, apesar do aumento populacional brutal, o padrão de vida do inglês em 1903 era bem melhor do que o padrão de vida da época de Malthus em 1798-1803. A própria mortalidade infantil decresceu na Inglaterra e a miséria diminuiu consideravelmente no período, se espalhando o bem-estar crecente por todas as camadas da população (7).



A teoria de Malthus serviu apenas para a elaboração de uma importante ideologia e seus seguidores procuram agir de modo global evitando os nascimentos e visando principalmente impedir a procriação dos pobres. Esta ideologia, no entanto, está falida e é combatida pelos partidários da auto-regulação (8) que conseguiram demonstrar que a solução é um sadio desenvolvimento econômico e social, que conseguiria com maior sucesso um equilíbrio demográfico.



Devemos portanto rechaçar a ideologia Malthusiana que em nossa época tem sido defendida por inúmeros anti-natalistas como Willian VOGT (8). O que se torna perigoso de verdade é a adoção de aticoncepcionais que levam ao envelhecimento das populações e procuram desta forma aniquilar as forças necessárias para a formação e um mundo novo (9).
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  1. José Oswaldo de Meira Penna - "Duas éticas no conflito vital (a genealogia de uma idéia)"CM. Rio de Janeiro, XXXVI (423): 15-33, junho de 1990 p. 25. in
  2. Thomas R. MALTHUS - Ensaio sobre a População. Cap. 1 pp. 279-282, esp. p. 282 (Os economistas, pp. 273-384).
  3. Citado em Mário Victor de Assis PACHECO - Explosão demográfica e crecimento do Brasil. p.29.
  4. Kurt KLOETZEL - A questão do controle da natalidade, p. 11.
  5. Mário da Silva PINTO - "A doutrina de Malthus e suas limitações" in CM, XXXV (414): 12-27, nov. 1989, p. 14.
  6. Josué de Castro - O livro negro da fome, p. 31.
  7. Fritz BAADE - Economia mundial da alimentação, pp. 10-11.
  8. Cf. Antônio MOSER - O problema demográfico e as esperanças de um mundo novo, pp.25 ss.
  9. Cf. Josué de CASTRO - "Malthus y el Camino de la perdición" in Ensayos sobre el sub-desarrollo, pp. 59-65, esp. pp. 64-65. Cf. também Geografia da Fome onde defende a tese de que a superpopulação é consequência da fome.
  10. Cf. a respeito, Mário Victor de Assis PACHECO - Explosão demográfica... pp. 174, 179-180; J. I. H. GALLO - O mito da exolosão demográfica, pp. 45 e 187; E. GALEANO - As veias abertas da América Latina, pp. 17-18.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Crescimento Populacional - O crescimento Populacional e Ideologia 1:




O crecimento populacional é outro problema que encontra-se disvirtuado pela ideologia. Desde o inicio dos tempos temos tido duas tendências que se enfrentam: uma é a populacionista e a outra anti-populacionista. No início predomina a tendência populacionista até na Grécia, após o "Século de Péricles" (Sec. V a.C.) começam a surgir restrições ao crecimento populacional. O historiador POLÍBIO (208-120 a.C.) já critica o despovoamento da Grécia no século II a. C. e, em Roma o crescimento da população permanece firme até que o imperadorAUGUSTO (27 a.C. - 14 d.C.) procura através de leis natalistas restringir a população. Com grande crise militar e política de 193-270 o Império Romano se despovoa e sua própria força diminui. Com a Idade Média (395-1453) a população volta a crecer e chega ao ponto ótimo no século XI (1). O crecimento da população redundou em proveito da economia feudal que entra então numa época de renascimento (2).



A Europa nos séculos XVI-XIX mostra países que se empobrecem com a falta de população, como a Espanha dos séculos XVII e XVIII esvaziada pela emigração para a América (3). enquanto que a população britânica quadruplicou no período de 1801.-1916, a dos Países Baixos triplicou e as da Alemanha, Suíça, Bélgica e Suécia foram multiplicadas por 2,5 vezes. Só a França aumentou apenas 50% no período e a sua economia curiosamente exibia no início do século XX taxas de produtividade bem menores do que a alemã (4).



Estes dados históricos mostram que a ideologia que prega o controle da natalidade não possui bases históricas sólidas. Na verdade esta idéia de controle da natalidade pode ser encontrada na China com CONFÚCIO (551-479 a.C.) e na Grécia com PLATÃO (427-347 a.C.) e ARISTÓTELES (384-322 a.C.), mas ganha forças ideológicas em nossos dias com o Neo-Malthusianismo que busca inspiração em Thomas R. MALTHUS (5).
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  1. Cf. Alfred SAUVY - Elementos de Demografia, pp. 218-220; IDEM - A População, p. 103.
  2. Henri PIRENE - As Cidades da Idade Média, pp. 67-68.
  3. A. SAUVY - Elementos de Demografia, p. 220.
  4. A. SAUVY - Elementos de Demografia, pp. 223-224.
  5. Cf. a respeito desta ideologia o interessante verbete de Luis de la Rasilla SANCHEZ - ARJONA - "Malthusianismo" in DCS, pp. 712-713.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Problemas Ecológicos e o Juízo Ético - O Problema da Poluição 3:


Poluição Sonora:

A Poluição Sonora está ligada principalmente aos grandes centros urbanos que surgiram com a Industrialização e o progresso. Os habitantes das grandes cidades estão submetidos dia e noite a ruídos insuportáveis pois o ruído do trânsito e das obras públicas atinge com frequência até índice de 90 dB. Nas regiões próximas aos aeroportos, ruídos são mais elevados, pois os jatos que voam a baixas altitudes de decolagem e aterrissagem chegam até ao índice de 115 dB (1), enquanto o ouvido humano começa aressentir-se a partir de 85 dB.



Poluição Atômica:

A Poluição Atômica representa uma forma nova e temida de poluição. Ela é ocasionada pelos subprodutos dos reatores atômicos e bombas nucleares. O lixo atômico gerado nos últimos anos pela indústria militar e civil nos Estados Unidos já oferece problemas de difícil solução e, calcula-se que até o ano 2000 forão acumulados 1 milhão de metros cúbicos de detritos radioativos sólidos (2). Um outro autor calcula que nas últimas décadas morreram perto de 1 milhão de pessoas em consequência de contaminação radioativa (3), enquanto que o acidente de Chernobyl em 1986 mostrou o quanto é perigosa e assustadora a energia nuclear. Além dissso, recursos enormes são consumidos por esse tipo de energia (4).



Aqui devemos assinalar que a crítica à poluição simplesmente ou contra esta ou aquela indústria ou mesmo contra este ou aquele tipo de poluição apenas desvia a discussão do objetivo principal que deve ser o próprio sistema que leva a este tipo de crescimento econômico e industrial. O problema aqui, como se vê é mais amplo e o próprio desenvolvimento tecnológico a que chegamos poderia ser utilizado para combater a poluição.



Novas formas de energia menos poluentes do que o petróleo são possíveis até mesmo atualmente. Nos Estados Unidos, uma organização particular, a Coalizão Nacional Urbana calcula que um "ambiente humano aceitável" requereria bem mais de 100 bilhões de dólares extras em gastos federais durante cinco anos (5). Estes gastos teriam grande repercussão sobre a economia e poderia fazer subir as mercadorias, sendo então enviados e as medidas procrastinadas (6).

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  1. Celso ANTUNES - Uma aldeia em perigo. pp. 155-156; R. BANDEIRA - Poluição. A doença da Terra, p. 56; Antônio MOSER - O problema ecológico e suas implicações éticas, pp. 16-17.
  2. Kurt Rudolf MIROW - Loucura Nuclear, p. 70.
  3. Antônio MOSER - O problema ecológico e suas implicações éticas, p. 17.
  4. Walter e Dorothy SCHWARZ - Ecologia: alternativa para o futuro, pp. 80-81.
  5. Barbara WARD e René DUBOS - Uma Terra somente, p. 185.
  6. Barbara WARD e René DUBOS - Uma Terra somente, p. 185; A. MOSER - O problema ecológico e sua implicações éticas, p. 50; IDEM "Ecologia: desfio ecológico e ético, p.49.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

História das Coisas

Problemas Ecológicos e o Juízo Ético - O Problema da Poluição 2:


Um grave problema relacionado com a poluição e que demonstra a perversidade do modelo de desenvolvimento no qual está mergulhado o mundo é o da poluição importada. Paulo SCHILLING chamou a atenção para o fato de que a poluição produzida nos diversos países industrializados e desenvolvidos acaba sendo repassada para os países subdesenvolvidos.



Esta poluição que já é importada naturalmente pelos países subdesenvolvidos está sendo passada de forma mais direta com a ida das principais indústrias poluentes para os países do Terceiro Mundo (1).



A poluição das águas é resultante de duas grandes fontes: resíduos urbanos e resíduos rurais. Os resíduos industriais, os esgotos domésticos e os detergentes duros aparecem entre os resíduos urbanos, enquanto que os fertilizantes agrícolas e os inseticidas estão entre os resíduos rurais (2).



A poluição das águas é realmente criminosa e coloca em jogo uma das fontes importantes da vida humana, comprometendo a qualidade de vida das populações (3). Segundo um especialista, apenas uma pequena parcela de água doce está disponível e metade das fontes mundiais estão poluídas (4). Os efeitos desta poluição das águas são terríveis, podendo a poluição eliminar populações inteiras de peixes dos rios além de comprometer a alimentação e desenvolvimento de populações inteiras de seres humanos (5). Hélio de Almeida BRUM falando a respeito da poluição das águas assinala:
  1. Deterioração e contaminação ambiental de extensas áreas urbanas comprometendo a salubridade das moradias e vias públicas devido à falta de esgotos para distanciamento adequado das águas residuais;
  2. Deterioração e contaminação maciça dos cursos d'água que recebem as volumosas descargas de esgotos domésticos, despejos industriais e hospitalares, água de lavagem dos tanques de navios petroleiros e, ainda, o fluxo escorrente das aguas meteóricas que atravessam aviários, currais, chiqueiros e terrenos agrícoloas" (6).
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  1. Paulo SCHILLING - "Agressões externas ao meio ambiente brasileiro" in Tempo e Presença, 230: 16-18, maio 1988, p. 18.
  2. Antônio MOSER - O problema ecológico e suas implicações éticas. p. 15; Celso ANTUNES - Uma aldeia em perigo, pp. 154-155; Hélio de Almeida BRUM - "A conservação da natureza e o direito econômico" in CM. Rio de Janeiro, XXIV (285): 19-40, dezembro 1978 p. 37 assinala: "A poluição das águas resulta das ejeção repetida de afluentes industriais, num meio cuja a capacidade de depuração é insuficiente".

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Problemas Ecológicos e o Juízo Ético - O Problema da Poluição 1:




A poluição mostra claramente que o ecossistema está afetado e à beira do colapso. Um autor, R. BANDEIRA , ao tratar de diversos tipos de poluição como a a poluição atmosférica, a poluição das águas, a poluição sonora e a poluição atômica, concluiu corretamente que a Terra estava doente (1).



A poluição do ar ou poluição atmosférica é a mais grave forma de poluição ambiental conhecida e, pode tornar o ar impróprio ou incoveniente para a vida nas cidades contemporâneas. Ela pode causar irritações na vista e nas mucosas, perturbações no aparelho respiratório e, até mesmo matar o ser humano. Esta poluição é causada principalmente pela descarga de combustão dos veículos automotores e pelas chaminés das fábricas que levam ao ar óxico de carbono (monóxido e bióxido), hidrocarbonetos diversos (alguns até cancerígenos), partículas de carbono em suspensão nos gases, produtos químicos vaporizados e outras substâncias mais ou menos tóxicas. Os especialistas avaliam que 40% dos problemas decorrentes da poluição do ar são originados pela emissão de gases provenientes da combustão em veículos automotores, 50% são produzidos pelas indústrias e 10% são provenientes de outros fatores(2).
Esta poluição atmosférica afeta como dissemos antes, diretamente a saúde da população e, um autor avaliou no começo da década de setenta, os poluentes no ar provenientes de automóveis e usinas geradoras nos EUA chegava a 200 milhões de toneladas ao ano ou cerca de uma tonelada para cada americano (3). Em outra obra, da mesma época, aparecia o cálculo apenas para a cidade de São Paulo, uma quantidade de 90.000 toneladas de enxofre lançados por veículos automotores (4).

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  1. R. BANDEIRA - Poluição. A doença da Terra. passim.
  2. Cf. a respeito, Celso ANTUNES - Uma aldeia em perigo, pp. 147-152; Hélio de Almeida BRUM - "Economia e Meio Ambiente" in CM. Rio de Janeiro, XXVIII (331): 3-19, out. 1982, p.9; Nelson NEFUSSI - Aspectos Gerais do problema da poluição do ar. São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, 1972; Nelson NEFUSSI et al - Veículos Automotores. São Paulo, CETESB, 1972; Mário Guimarães FERRI - Ecologia e Poluição. São Paulo, Melhoramentos/Edusp, 1977; Francelino S. PIAU - Homem e Poluição (Breve estudo sobre o pesadelo do século), pp. 24-25, 31-34; Mário da Silva PINTO - "O desenvolvimento econômico e a poluição" in CM. Rio de Janeiro, XXXVI (421): 15-48, abr. 1990; ANÔNIMO - Poluição e Meio-Ambiente. São Paulo, Abril Cultural, 1973, Edição Especial de conhecer - Nosso Tempo; Paul OVERHAGE - Ecologia humana - A Tragédia da Poluição. Petrólpolis, Vozes, 1971.
  3. Barbara WARD e René DUBOS - Uma Terra somente, pp. 88-97, 90.
  4. Francelino S. Piauí - Homem e poluição, p.24.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Problemas Ecológicos e o Juizo Ético - O Problema do Desmatamento 3:


A arremetida de especuladores e aproveitadores contra as florestas tropicais tem sido constante nas últimas décadas (1). Se em 1980 já se haviam perdido entre 25 a 40% da área original das florestas tropicais, a estimativa atual é que se percam anualmente 80.000 quilômetros quadrados que são utilizados para fins alheios a silvicultura. Com a permanência destes índices alarmantes, cerca de 12% das florestas úmidas e 10% das florestas tropicais ainda existentes em 1980 foram perdidas até o ano 2000. Também foram extintas 1 milhão de espécies (10 a 12% das existentes no mundo), muitas das quais sem terem sido descobertas. Mas a catástrofe não terminou aí, pois o próprio solo necessário aos cultivos está sendo afetado e a desertificação já afetou 3 bilhões de hectares, ou seja, quase a quarta parte da superfície terrestre (2).
O problema do desmatamento e desflorestamento leva assim a uma situação dramática, pois ao provocar a desertificação, coloca em risco a própria produção de alimentos através da agricultura.

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  1. Aurélio PECCEI afirma : "Estimativas imparciais advertem que, no ritmo atual de destruição, as florestas tropicais estarão praticamente exterminadas em no máximo quarenta e cinquenta anos. Ainda não podemos entender o que esta destruição insensata da cobertura vegetal da Terra pode significar para a ecologia e a cultura human, mas seria ingenuidade acreditar que a s consequências serão puramente marginais.". Cf. Aurélio PECCEI e Daisaku IKEDA - Antes que seja tarde demais. p. 42.
  2. Walter e Dorothy SCHWARZ - Ecologia: alternativa para o futuro, p.12. Cf. ainda Aurélio PECCEI e Daisaku IKEDA - Antes que seja tarde demais. p.60; G. F. BATISTA - O homem e a Ecologia. São Paulo, Pioneeira, 1977; P.M. fearnside - "O processo de desertificação e o risco de sua ocorrência no Brasil" in Acta Amazônica. Manaus, 9 (2): 393-401, 1979.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Problemas Ecológicos e o Juizo Ético - O Problema do Desmatamento 2:



Em sua obra sobre a Amazônia, Betty MEGGERS mostra que ela formava no passado um sistema ecológico perfeito e que os vários elementos da flora e fauna se interpenetravam e se completavam dando equilíbrio necesário para a sobrevivência de todos (1), mas a após a chegada dos exploradores europeus no século XVI e, notadamente a partir de 1615, quando a competição entre portugueses, ingleses, holandeses e franceses pela região se acimou, este equlíbrio foi quebrado (2).
A partir daí aconteceu uma "superexploração" da terra em torno das grandes concentrações, provocou uma acentuada e provavelmente irreversível deterioração do solo e da vegetação, causando a extinção local de muitas espécies de aves e outros animais"(3).



A região Amazônica é uma região muito importante para o Brasil e mesmo para o mundo, o que justifica o interesse de nosso governo de ocupar a região(4). mas, esta ocupação deve ser feita levando-se em conta a preservação da floresta para não transformarmos a região em um grande deserto. Como indicou Augusto RUSCHI:

"O O gigantismo da floresta Amazônica é resultante do clíma úmido e quente, com a ação permanente dos demais fatores biológicos e a vegetação dos demais pisos que ela abriga, impedem que o solo seja arrastado pelas águas; entretanto uma vez retirada a floresta, acaba a cobertura protetora que uma mata virgem oferece e as chuvas tropicais se precipitam com todo o seu peso e vigor, sobre o solo, que passa a ser desgastado pelas águas movimentando-se, e a camada de húmos é destruída, lixiviada; tornando esse solo infértil; na fase seguinte, vem a laterização, infelizmente em grande porção da Amazônia, vem sendo seguido esse caminho, para a implantação lenta, mas segura, do nosso futuro grande deserto; esse erro, no domínio da preservação ecológica, nos será muito caro"(5).
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  1. Betty J. MEGGERS - Amazônia: a ilusão de um paraíso. pp.. 21-23 (Introdução), 25-58 (ecossistema).
  2. Betty J. MEGGERS - Amazônia: a ilusão de um paraíso. p.184.
  3. Betty J. MEGGERS - Amazônia: a ilusão de um paraíso. p.186.
  4. Augusto RUSCHI - "Considerações sobre o Meio Ambiente" in CM. Rio de Janeiro, XXVIII (333): 45-65, dez. 1982, p.59.
  5. Cf. Arthur C. F. Reis - Problemática da Amazônia. Rio, Ed. Casa do Estudante, 1969; IDEM - O impacto da Amazônia na Civilização Brasileira : a Transamazônica e o desafio dos trópicos. Rio, Paralelo, 1972.
  6. Augusto RUSCHI - "Considerações sobre o Meio Ambiente" in CM. Rio de Janeiro, XXVIII (333): 45-65, dez. 1982, p. 59.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Problemas Ecológicos e o Juizo Ético - O Problema do Desmatamento 1:


O problema do desmatamento é outro importante problema ecológico. As grandes florestas surgiram no sedimento glacial e logo criaram mais solo para outras florestas e, assim por diante. Este processo contínuo foi interrompido pela primeira vez uns duzentos anos atrás quando os homens cortaram a maioria das matas (1). O desmatamento irracional acelerou-se principalmente nos últimos decênios do século XX e, entre 1950-1980, 25% de florestas da Terra foi devastada. A floresta Amazônica, uma das principais do mundo já possuá em fins de 1989, 404 mil quiometros quadrados desmatados e, nos últimos vinte anos a cobertura vegetal nativa do Paraná baixou de 83% para apenas 5%, enquanto a Mata Atlântica que em 1830 se achava íntegra e oferecia uma extensão transversal da ordem de 300 km a altura do meridiano do Rio de Janeiro foi "cabalmente destruída como bem de consumo, na sua flora, fauna, equilíbrio fluvial, regime meteorológico, tudo em menos um século e meio"(2). Na Europa Setentrional, no leste dos Estados Unidos e no Japão as áreas florestais foram substituídaspor campos de cereais e o reflorestamento de terras erosadas visando o restabelecimento do ambiente natural tornou-se muito caro e lento (3).



A Amazônia é um dos grandes exemplos do problema do desmatamento e da depredação do meio-ambiente. Uma grande literatura tem marcado a análise da Amazônia (4) e o ecossistema representado pela Amazônia tem merecido especial destaque, mas algumas conclusões e propostas estão carregadas de ideologia e interesses escusos.
Também alguns projetos governamentais para facilitar a ocupação da região Amazônica através da atuação de grandes estatais aparecem carregados de ideologia como indicam os dois autores citados aqui:

"A política ambiental do Estado, em suma, é um aparelho de despolitização do ambiente, parte de uma ofensiva ideológica que visa a facilitação política da implantação de grandes projetos na Amazônia. Tal ofensiva pode ser acompanhada na proliferação de anúncios e matérias pagas da Eletrobrás, Companhia Vale do Rio Doce e congêneres onde se apregoam os zelos ambientais e sociais de obras como Itaipu, Tucuruí, Projeto Ferro-Carajás, etc.; na instituição de prêmios de ecologia e no financiamento de documentários 'ecológicos' por estas mesmas agências..."(5).

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  1. Bill McKIBBEN - O fim da Natureza, p.41.
  2. LAROUSSE CULTURAL - Brasil A/Z. p. 261 verbete desmatamento. No Brasil o desflorestamento começou já em 1504 com a remessa para Lisboa de 700 toras de pau-brasil. Cf. Hélio de Almeida BRUM - "Biomassa: alternativa energética brasileira" in CM. Rio de Janeiro, XXV (299): 21-30, fev. 1980, p.24.
  3. Glycon de PAIVA - "Complexo Ecológico, miséria urbana e atividade econômica" in CM. Rio de Janeiro, XXXI (363): 15-30, junho 1985, p. 16.
  4. Arnold J. Toynbee- A Sociedade do Futuro, p.37.
  5. Cf. a respeito, Angelo BITTENCOURT - "Aspectos da pesca na Amazônia" in BSBG, 1:137-144, 1950-1951; Betty J. MEGGERS - Amazônia: a ilusão de um paraíso, passim; P. T. ALVIM - "Perspectivas de produção agrícola na região Amazônica" in Interciência. Caracas, 3 (4): 243-251, 1978; V. M. AYRES e R. Best -"Estratérgia para conservação da fauna Amazônica" in Acta Amazônica. Manaus, 9 (4): 81-101, 1979; Arthur César F. Reis - A Amazônia e a cobiça internacional: IDEM - "Porque a Amazônia deve ser brasileira" in Revista Brasileira de Política Internacional, XI (41/42): 7-16, 1968; Omar Emir CHAVES - "A Amazônia brasileira" im CM. Rio de Janeiro, XXXV (417): 3-21, dez. 1989; E. F. MORAN - A ecologia humana das populações da Amazônia. Petrópolis, Vozes, 1990; K. HUECK - As florestas da América do Sul. São Paulo, Polígono, 1972; G. de PAIVA - "Declarada a guerra Ecológica na Amazônia" in Boletim FBCN, v.15: 152-165, 1980.
  6. Eduardo Viveiros de CASTRO e Lúcia ANDRADE - "Obras do destino: o ambientalismo oficial" in Tempo e Presença, 230: 6-8, 1988.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Problemas Ecológicos e o Juízo Ético - Os Principais Problemas Ecológicos 3:



Os problemas ecológicos ou relativos ao meio-ambiente devem possuir uma análise metódica e clara e a busca de soluções que demandam uma certa urgência, porque a depredação do meio e o consumo desenfreado das últimas gerações provocam um esgotamentodos recursos (1). Alguns desses problemas, como a utilização cada vez maior de processos tecnológicos e de adubos químicos podem levar não só ao esgotamentodo solo, mas também a uma pertubação na saúde do ser humano. Isso sem contar no desiquilíbrio biológico do globo (2).



A chuva ácida é um dos principais problemas. Ela é resultado do processo desenfreado de industrialização onde a emissão de dióxido de enxofre, em combinação com óxido de nitrogênio e com as águas da chuva, transforma-se em partículas ácidas que se depositam na vegetação, nos rios e lagos, provocando contaminação dos alimentos e diversas enfermidades respiratórias nos seres vivos. O efeito tem sido terrível tanto sobre as pessoas como sobre os peixes que praticamente desapareceram da Noruega e da Suécia (3).



Outro problema dos mais dramáticos é o da redução da camada de ozônio destruída por gases industriais como o clorofluorcabonos (CFCs) e os halons que foram detectados em altitudes de 50 mil metros. A partir de 1970 descobriu-se que esta destruição estava se acelerando (4) e a destruição da camada de ozônio faria desaparecer a proteção da vida das radiações ultravioleta que provocariam tumores da pele e o enfraquecimento do sistema de imunização. Nos dias de hoje os especialistas cauculam que para cada ponto percentual de diminuição de ozônio aparecem só nos EUA dez mil novos casos de câncer de pele (5).




O efeito estufa que mantém o planeta aquecido é outro problema importante. Ele foi tratado longamente por Bill McKIBBEN (6) que o considera como o mais importante, aquele que marca realmente "0 fim da Natureza" devido a mudança climática que promove. A mudança do clima poderá provocar o derretimento da calota polar com a consequente elevação do nível do mar e a inundação de várias regiões cobrindo totalmente as Maldivas (que se encontram a apenas dois metros acima do nível do mar) ou inundando 20% do território de Bangladesh e o 1% do território essencial do Egito (7). O efeito estufa é mais um problema resultante do nosso modelo atual de desenvolvimento, pois é provocado pela queima de combustíveis fósseis (petróleo e carvão) que desprendem o dióxido de carbono e outros gases. Estes gases associados ao desflorestamento (através da fotossíntese dos vegetais que absorvem dióxido de carbono) produzem uma espécie de estufa que produz o aquecimento da Terra. Só para os próximos cem anos está previsto um aumento de temperatura de 1,5° C a 5,5°C (8). Um tremendo desastre.
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  1. René HUYGHE e Daisaku IKEDA - A noite clama pela alvorada, pp. 32-34.
  2. René HUYGHE e Daisaku IKEDA - A noite clama pela alvorada, pp.28-29
  3. Leonardo BOFF - Ecologia, mundialização, espiritualidade, p. 23.
  4. Cf. LAROUSE CULTURAL - Brasil A/Z, p.584.
  5. Leonardo BOFF - Ecologia, mundialização, espiritualidade, p.23.
  6. Bill McKIBBEN - O fim da natureza, pp. 20-23, 28-31, 35-40, 56, 98, 107, 110, 124, 130, 138, 142-144, 153, 165, 170, 180-181, 197.
  7. Bill McKIBBEN - O fim da natureza, p.112.
  8. Leonardo BOFF - Ecologia, mundialização, espiritualidade, pp. 23-24.
  9. Pe. Fernando BASTOS DE ÁVILA S.J. - "Ética e Sociedade" in CM. Rio de Janeiro.XXXV (417): 53-59, dez. 1989 p.58.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Problemas Ecológicos e o Juízo Ético - Os Principais Problemas Ecológicos 2:


A violação da natureza tem sido geral em todas as partes do mundo e o historiador TOYNBEE chamava a atenção para a conjugação de dois fatores neste processo de destruição:
"Um deles é o acelelerado avanço da tecnologia e outro é a explosão demográfica possibilitada por esse avanço tecnológico. A conquista humana da natureza tem sido brilhante mas o uso inadequado desastroso" (1).

Desta forma, a solução dos problemas ecológicos e, principalmente o restabelecimento da paz e da harmonia com a natureza deve ser buscado pelo homem, tornando-se segundo um conceituado autor, "o imperativo básico de nossa era" (2). Mas o equilíbrio do homem com a natureza só pode ser conseguido com a mudança de mentalidade, "que libertará nosso mecanismo mental do... materialismo racionalista..."(2).
Na verdade, como indicou René HUYGHE, ilustre escritor e humanista francês,

"é preciso deixar de acreditar cegamente no determinismo matemático e nessa constante causa-efeito. Deve-se admitir que a natureza tem forças corretivas que agirão e que serão o que a chamada Providência é para as religiões" (3).

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  1. Aurélio PECCEI e Daisaku IKEDA - Antes que seja tarde demais, p.31.
  2. René HUYGHE e Daisaku IKEDA - A noite clama pela alvorada (Um diálogo do Oriente com o Ocidente sobre a crise Contemporânea), p.41.
  3. René HUYGHE e Daisaku IKEDA - A noite clama pela alvorada, pp.28,32-34.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Problemas Ecológicos e o Juizo Ético - Os Principais Problemas Ecológicos e a Ética 1:




Em nosso mundo atual problemas ecológicos diversos começam a inquietar-nos como pessoas. Problemas como desmatamento, a poluição, o grande crescimento populacional, a desertificação, as queimadas, o efeito estufa, a chuva ácida, a destruição da camda de ozônio, a miséria, a fome e o próprio sentido do progresso e do desenvolvimento que geram cada vez mais desigualdade, devem ser aqui considerados (1). Estes problemas que são resultantes de uma situação de expansão de nossa civilização (2) acabaram por provocar um desiquilíbrio entre a biosfera que o homem herdou e a tecnosfera que ele criou. O conflito entre as duas é claro nos dias de hoje e, o homem, tal qual o aprendiz de feiticeiro, está no meio de uma grave crise que ele mesmo provocou e terá de solucionar (3). Uma solução que, segundo Antônio MOSER (4), Fernando BASTOS ÁVILA (5) e Arnold TOYNBEE (6) -, é de natureza ética e técnica e não apenas técnica. Talvez possamos mesmo afirmar com o historiador TOYNBEE, que esta solução é mais ética do que técnica. Também Aurélio PECCEI assinalou isto ao escrever:
"Como pré-requisito, nossas políticas de conservação a longo prazo deveriam ser inspiradas por uma nova ética de vida baseada no reconhecimento de que qualquer dano que causemos à capacidade de sustento de vida do planeta recairá sobre nós e, mais genericamente, que nossa situação e qualidade de vida no futuro dependerão, em um grau nunca antes imaginado, de nossa atitude para com as outras criaturas que povoam a Terra" (7).
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  1. Cf. a respeito, Antônio MOSER - O problema ecológico e suas implicações éticas, pp. 8-10,13; LAROUSSE CULTURAL - Brasil A/Z, p. 275, verbete ecologia; Bill McKIBBEN - O fim da Natureza, pp. 22,25-26, 28-29; Jacques VIDAL - "Ecologie et Religion" in Paul POUPARD - Dictionnaire des Religions, vol. I, pp. 570-572, 1993, p.570.
  2. Barbara WARD e René DUBOS - Uma terra somente, p.47 afirmam: "O certo é que nossas bruscas e amplas acelerações - no crecimento demográfico, no uso de energia e de novos materiais, na urbanização, nos ideais de consumo e na poluição consequente - colocaram o Homem tecnológico num curso que poderia alterar, perigosa e talvez irreversivelmente, os sistemas naturais de seu planeta, dos quais depende sua sobrevivência biológica".
  3. Barbara WARD e René DUBOS - Uma terra somente, p.48. Cf. ainda considerações de Aurélio PECCEI a respeito do conflito entre a biosfera e a tecnosfera em Aurélio PECCEI e Daisaku IKEDA - Antes que seja tarde demais, p.24: "A consequência será uma degradação permanente e cada vez mais grave do nosso ambiente biológico".
  4. Antônio MOSER - O problema ecológico...pp. 69-73.
  5. Pe. Fernando BASTOS DE ÁVILA S.J. - "O desafio ecológico" in CM. Rio de Janeiro, XXIV (285): 11-18, dez. 1978, p.15.
  6. Arnold J. TOINBEE e Daisaku IKEDA - Antes que seja tarde demais, p.24, Cf. para a exigência de uma Ética e dos problemas políticos qua a Ecologia suscita, Jacques VIDAL - "Ecologie et Religion" in Paul POUPARD - Dictionnaire des religion, 1993, Vol. I, pp. 570-572, , p. 571.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ecologia e Ideologia 10:


Continuemos hoje com comentários acerca do livro Nosso Futuro Comum. A idéia básica do documento continua sendo o do crescimento econômico: "Os problemas ligados à pobreza só podem ser resolvidos sob nova era de crescimento econômico. Nenhum país é capaz de desenvolver-se isoladamente porque a base do desenvolvimento sustentável exige fluxos de comércio, de capital e de tecnologia"(1). O livro toca em importantes problemas econômicos e ecológicos como a pobreza, o aumento populacional, a fome, a produção de alimentos, a dívida externa da América do Sul, o nível baixo da tecnologia dos países em desenvolvimento, desmatamento e desertificação branda, moderada e grave, etc. O livro se baseia principalmente em importantes análises de economistas e em dados colhidos com mais de setecentos especialistas ouvidos em todo o mundo. Como vocês poderão notar a partir da análise que estamos fazendo nestas postagens que recebem o título de Ecologia e Ideologia, a Ideologia é um ponto importante não apenas na compreensão dos problemas ecológicos, mas na própria busca de soluções. A verdade é que por trás de certas ideologias está a tentativa de preservação do atual modelo econômico e de desenvolvimento, ao invés de um verdadeiro reaprendizado do que seja a vida. A mudança da própria concepção de mundo é que se faz necessária, mas o homem resiste a isto. Bill McKIBBEN, depois de assinalar que precisamos substituir "uma idéia do mundo por outra" (2). afirma que isto é sempre difícil no ser humano: "Procuraremos qualquer razão para não mudarmos nossas atitudes; a inércia da ordem estabelecida é poderosa. Se pudermos pensar numa razão plausível - ou mesmo implausível - para descartar as adversidades ecológicas, assim faremos"(3). Também o Pe. Fernado de BASTOS DE ÁVILA S.J. critica os anti-valores que norteiam o nosso mundo (altos padrões de consumo, escalada armamentista, exarcebação dos nacionalismos e tentativa de transformar o subdesenvolvimento em uma função permanente) e comenta: "Seria ingênuo, por exemplo, imaginar que os homens aceitassem espontaneamente a modificação de seus padrões de consumo, que se decidissem a buscar novas formas de realização humana e baixos custos ecológicos, numa palavra, a procurar uma alternativa para a sociedade de consumo" (3). Concluindo essa nossa conversa que esteve presente nas dez últimas remessas, diremos que o que se necessita realmente é rejeitarmos o atual modelo de desenvolvimento que levou à existência de países superdesenvolvidos e subdesenvolvidos, com injustiças sociais e depredação do meio-ambiente. Isso já é assunto para os próximos dias onde estaremos escrevendo algo sobre os problemas ecológicos e o juizo ético. _______________________________________________
  1. Glycon de PAIVA - "A Comissão Mundial...", cit., 28.
  2. Bill McKIBBEN - O fim da natureza. p.106. também Antônio MOSER, O problema ecológico... p.71 afirma que o problema "presupõe uma restruturaçãocompleta do modo de viver e relacionar-se, seja com a Natureza, seja com os outros homens".
  3. Bill McKIBBEN - O fim da Natureza, p.190.
  4. Pe. fernando de BASTOS DE ÁVILA S.J. - "O desafio ecológico" in CM. Rio de Janeiro, XXIV (285): 11-18, dez. 1978, p. 16. A busca de uma alternativa para a atual sociedade de consumo parece ser a cada dia, uma necessidade imperiosa.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

NEOLIBERALISMO

Ecologia e Ideologia 9:


A questão ideológica ganha ainda mais importância nos dias de hoje com o surgimento do neoliberalismo. A ideologia neoliberal considera insubstituível a iniciativa individual e a economia de mercado, além do mecanismo livre dos preços (1). A aplicação dos postulados do neoliberalismo na consideração do meio ambiente seria desastrosa pois ele tem como característica a "apropriação privada dos bens públicos" e, considerando "que as condições ambientais são o suporte da vida, apropriar-se destes recursos e gerenciá-los de acordo com interesses privados significa deter o poder de determinar a qualidade e, até mesmo, a possibilidade de vida para uma coletividade"(2). O Neoliberalismo apresentaria assim uma espécie de prolongamentos da ideologia desenvolvimentista e seria tão nocivo quanto este. Outro acontecimento importante para a luta ecológica foi a criaçãod Comissão Mundial sobre Meio-Ambiente e Desenvolvimento em 1983 por iniciativa da Assembléia Geral das Nações Unidas. A presidência da Comissão foi entregue à norueguesa Gro Harlem Brundtland e, depois de estudar os problemas ecológicos durante três anos foi feito um relatório final que foi transformado em um livro intitulado Nosso Futuro Comum e publicado em várias línguas. Esta obra contém importantes colocações, inclusive relacionando o problema da pobreza com a ecologia, mas insiste ainda na noção de um "desenvolvimento sustentável", permanecendo dominado ainda pela ideologia desenvolvimentista. O "desenvolvimento sustentável é aquele que atende à necessidade imediata sem comprometer o futuro" (3). Sobre o problema da relação entre pobreza e neio ambiente aparecem algumas idéias interessante como essa que resolvemos destacar aqui: "Pobreza mundial e, simultaneamente, causa e efeito consequüente a problemas ambientais. por que problemas ambientais do Mundo são a causa essencial da pobreza mundial e da desigualdade internacional"(4). ________________________________________________________
  1. Cf. sobre o Neoliberalismo, Carlos Ruiz DEL CASTILLO - "Neoliberalismo" en DCS, v. II, pp.814-815; Paul HUGON - História das doutrinas econômicas, pp. 162-163; Emile JAMES - O pensamento econômico de século XX, v. I, pp. 255-257; Louis BAUDIN - Estatização ou Economia livre? A aurora de um novo liberalismo, pp. 180-182, 185-192, 205-206.
  2. CNBB - "A Igreja e a questão ecológica", cit., p. 213.
  3. Cf. resumo e citações em Glycon de Paiva - "A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente. Origem e ação" in CM. Rio de Janeiro, XXXV (420): 23-35, março 1990.
  4. Glycon de PAIVA - "A Comissão Mundia...", cit. p..25.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

GLOBALIZAÇÃO NEOLIBERAL

Ecologia e Ideologia 8:


A gravidade do problema que estamos discutindo nessas últimas remessas deste blog mostra as dificuldades que encontramos ao colocarmos a Ecologia e a Ideologia frente a frente. Diríamos que vivemos um tempo que exige a todo instante redimencionamentos nas discussões sobre ecologia. Não se trata mais das realidades como nos primeiros movimentos preservacionistas e ambientalistas surgidos no Primeiro Mundo de uma luta "poética" ou de mera preservação do verde. A luta ecológica é uma luta política, econômica e, sobretudo, ideológica no sentido de ir ao cerne da questão. Como assinalou Ruy MOREIRA, o trabalhador inconscientemente ou não, "reage contra o uso do seu trabalho e da natureza que fazem os que dela se apropriam" (1). A visão é bem diferente da visão tradicional que nos proporciona o "ecologismo", cuja a pregação acabou incorporada pelo sistema dominante. O Terceiro Mundo, no entanto ao buscar um novo modelo mais justo e que ao mesmo tempo preserve a vida e supere a pobreza, pode incorporar algumas das preocupações ambientalistas de movimentos ecológicos europeus que estão na base de muitos problemas angustiantes vividos pelos habitantes do Terceiro Mundo(2). O Brasil na década de 70 mergulhou profundamente no sistema capitalista internacional, seguindo uma política desenvolvimentista. Alguns dos grandes projetos tocados a partir desta política, que aparecem em nossa memória neste momento, como a Hidroelétrica de Tucuruí, a Rodovia Transamazônica, o Polonordeste e outros, provocaram e ainda provocam grandes desastres ecológicos e depredação do meio ambiente (3). ________________________________________________-
  1. Ruy, MOREIRA - "Geografia, ecologia, edeologia a totalidade homem-meio espaço e processo de trabalho" in Geografia Teoria e Crítica. Petrópolis, vozes, 1982.
  2. Maurício, WADMAN - "Ecologia na perspectiva dos trabalhadores" in Tempo e Presença, 230: 4-5, maio 1988.
  3. Flávio LIMONCIC - "Impactos ambientais dos grandes projetos" in Tempo e Presença, 230: 9-10, maio 1988.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A TERRA ESTÁ DOENTE

Ecologia e Ideologia 7:



O assunto que tratamos em nossa útima postagem acaba por apresentar vários outros problemas - novas peças para o mesmo jogo. Em primeiro lugar os países industrializados que produziram grande parte da atual contaminação do meio ambiente não querem diminuir as suas riquezas e mudar o estilo de vida dos seus habitantes e acenam para os países subdesenvolvidos procurando mostrar a sua responsabilidade na preservação do meio ambiente. Os países subdesenvolvidos temem criar obstáculos às suas economias em crescimento e exigem cada vez maior ajuda econômica para tomar medidas ecológicas (1). Nos países do Primeiro Mundo, os organismos ambientalistas e de defesa dos povos indígenas pressionam para que as instituições multilaterais de desnvolvimento condicionem a aprovação dos empréstimos à adoção de medidas de preservação do meio ambiente (2).
Seguindo essa linha, instituições como o Bird e o BID condicionam a liberação de fundos para o desenvolvimento às questões ambientais (3), utilizando a ecologia como pretexto para o monitoramento e uma ingerência nos países subdesenvolvidos. A própria "ajuda" dos países ricos aos subdesenvolvidos tem ficado bem abaixo do necessário (4).
A verdade é que os problemas ecológicos vão exigindo uma remodelação de nossas idéias e a derrubada de certas ideologias. A partir de um relatõrio do Clube de Roma (1972) já se admitiam Os limites do crescimento (5) e muitos ecologistas já se questionam sobre a existência do próprio futuro devido ao fato de Gaia (a Terra) estar doente (6).

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  1. Bil Mc KIBBEN - O fim da natureza. p. 194 assinala que 0 "pensamento de que as pessoas que vivem na pobreza, quer seja a pobreza desesperada ou apenas a pobreza deprimente reprimam seu desejo de uma vida marginalmente melhor só por causa de algo como o efeito estufa é absurdo".
  2. Steve SCHWARTZAWAN - "Desenvolvimento, meio ambiente e povos indígenas" in Tempo e Presença, 230: 11-13, maio de 1988.
  3. Mary Helena ALLEGRETTI - "Natureza e política externa brasileira" in Tempo e Presença, 230: 14-15, maio 1988.
  4. G. BARRACLOUGH e G. PARKER - Atals da história do mundo, 295.
  5. D. MEADOWS et al. - Limite do Crescimento. São Paulo, Perspectiva, 1972.
  6. Cf. J. LUTZEMBERGER - Fim do futuro? (manifesto ecológico brasileiro). Porto Alegre. Editora Movimento, 1980; IDEM - Gaia, o planeta vivo (por um caminho suave). Porto Alegre, L & PM, 1990.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ecologia e Ideologia 6:


O Movimento Ambientalista Latino-Americano que vem se desenvolvendo a partir de 1980 defende não apenas os valores ecológicos de conteúdo universal (harmonia do ser humano com a Natureza, valorização dos diversos ecossistemas e da vida), mas vai além e possui uma preocupação ética, além de vincular os problemas sociais e ambientais(1). A defesa de uma Ecologia social e, consequentemente de uma educação nova que tenha um enfoque ecológico social (2) representa um passo à frente e serve de base à formação de uma verdadeira ideologia latino-americana que se contraporia às ideologias do Primeiro Mundo. A Confereência da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92) que foi realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 mostrou claramente as profundas divergências entre as nações pobres e ricas e, o quanto o tema da ecologia, pode estar carregado de Ideologia. Embora estivesse grande adesão de governos [185] e a participação de mais chefes de Estado [131] de que em qualquer outro encontro internacional anterior e, apesar de terem sido debatido temas importantes e variados como a poluição, a mudança de clima (3), a pobreza, o meio ambiente, a fome, a enfermidade, o analfabetismo e a preocupante deterioração dos ecosistemas, as conclusões do Programa 21 que foi aprovado e que mostrava a necessidade de cooperação de todos os países (4), não foram inteiramente aceitas pelos países desenvolvidos. O problema da biodiversidade e o direito dos países subdesenvolvidos de conseguirem um reconhecimento mundial e um ressarcimento financeiro pela utilização por parte dos países ricos de seus recusrsos de grande importância medicinal, encontraram forte oposição por parte dos Estados Unidos, embora aqui estivesse presente o então senador e atual vice-presidente Al Gore, que possui preocupações ecológicas. ______________________________________________________
  1. E. GUDYNAS - "O Movimento Ambientalista Latino-Americano: múltiplas sementes de mudança" in REB, 52 (205): 45-63, março 1992.
  2. Cf. Cecília VON SANDEN - "Uma perspectiva da Educação da Educação em Ecologia Social" in REB, 52 (205): 75-83, março 1992. pp. 78-82; Ellen Regina Mayhé NUNES - "Educação ambiental:princípios e objetivos" in Revista de Educação AEC. Brasília, 17 (68): 19-28, abr.- jun. 1988; A. LAGO e J.A. Pádua - O que é Ecologia. São Paulo, Brasiliense, 1984.
  3. Geoffrey BARRACLOUGH e Geoffrey PARKER (org) - Atlas da história do Mundo. p.295.
  4. Geoffrey Parker - Atlas da História Universal, p.305.

AMAZÕNIA PARA SEMPRE: