quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Crescimento Populacional - O crescimento Populacional e Ideologia 2:




A Teoria de Malthus





Thomas Robert MALTHUS (1766-1834), que no entender de um autor se situa na "linguagem austera e tenebrosa criada pelo Calvinismo" (1). e ocupava confortável posição na sociedade inglesa (era de família abastada) escreve o seu famoso Ensaio sobre a população (1978) no qual anuncia a sua célebre lei:

"A população, quando não controlada, crece numa progressão geométrica. Os meios de subsistência cresce apenas numa proporção aritmética" (2).

Ele quis dizer com isso que chegarímos em um tempo em que o mundo se encheria de gente, faltando assim o alimento necessário e, proliferando em consequência a desordem, a subnutrição e a fome.



A tese anti-natalista não era nova e já havia sido satirizada antes da época de Malthus por Jonathan SWIFT (1667-1745) em um escrito intitulado Modesta proposta para evitar que os filhos dos pobres sejam uma carga fazendo dos mesmos um artigo de alimentação (3). no qual propõe jocosamente que os pobres comessem os seus filhos para evitar a pobreza, a fome e o crecimento populacional. A Tese anti-natalista de MALTHUS foi desmentida também a posteriori, pois como assinalou acertadamente Mário da Silva PINTO, ninguém poderá comprovar esta tese em nenhuma época da história (4). No próprio século XVIII, cientistas vinham trabalhando em descobertas químicas e técnicas de produção que revolucionariam a agricultura e promoveriam o aumento da produção (5).



A teoria de Malthus foi desmentida não apenas teoricamente, mas praticamente (6) e, na própria Inglaterra, apesar do aumento populacional brutal, o padrão de vida do inglês em 1903 era bem melhor do que o padrão de vida da época de Malthus em 1798-1803. A própria mortalidade infantil decresceu na Inglaterra e a miséria diminuiu consideravelmente no período, se espalhando o bem-estar crecente por todas as camadas da população (7).



A teoria de Malthus serviu apenas para a elaboração de uma importante ideologia e seus seguidores procuram agir de modo global evitando os nascimentos e visando principalmente impedir a procriação dos pobres. Esta ideologia, no entanto, está falida e é combatida pelos partidários da auto-regulação (8) que conseguiram demonstrar que a solução é um sadio desenvolvimento econômico e social, que conseguiria com maior sucesso um equilíbrio demográfico.



Devemos portanto rechaçar a ideologia Malthusiana que em nossa época tem sido defendida por inúmeros anti-natalistas como Willian VOGT (8). O que se torna perigoso de verdade é a adoção de aticoncepcionais que levam ao envelhecimento das populações e procuram desta forma aniquilar as forças necessárias para a formação e um mundo novo (9).
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  1. José Oswaldo de Meira Penna - "Duas éticas no conflito vital (a genealogia de uma idéia)"CM. Rio de Janeiro, XXXVI (423): 15-33, junho de 1990 p. 25. in
  2. Thomas R. MALTHUS - Ensaio sobre a População. Cap. 1 pp. 279-282, esp. p. 282 (Os economistas, pp. 273-384).
  3. Citado em Mário Victor de Assis PACHECO - Explosão demográfica e crecimento do Brasil. p.29.
  4. Kurt KLOETZEL - A questão do controle da natalidade, p. 11.
  5. Mário da Silva PINTO - "A doutrina de Malthus e suas limitações" in CM, XXXV (414): 12-27, nov. 1989, p. 14.
  6. Josué de Castro - O livro negro da fome, p. 31.
  7. Fritz BAADE - Economia mundial da alimentação, pp. 10-11.
  8. Cf. Antônio MOSER - O problema demográfico e as esperanças de um mundo novo, pp.25 ss.
  9. Cf. Josué de CASTRO - "Malthus y el Camino de la perdición" in Ensayos sobre el sub-desarrollo, pp. 59-65, esp. pp. 64-65. Cf. também Geografia da Fome onde defende a tese de que a superpopulação é consequência da fome.
  10. Cf. a respeito, Mário Victor de Assis PACHECO - Explosão demográfica... pp. 174, 179-180; J. I. H. GALLO - O mito da exolosão demográfica, pp. 45 e 187; E. GALEANO - As veias abertas da América Latina, pp. 17-18.