quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ecologia da Existência:


"Consumimos hoje três vezes mais do que nos anos 60, mas seremos três vezes mais felizes?",
questionou Lipovetsky. A esperança de vida aumentou, as nossas condições materiais melhoraram, temos mais liberdade, mas os inquéritos que fazemos hoje em dia sugerem que não somos mais felizes.
Referindo com ceticismo as teorias New Age, que "com suas fórmulas mágicas veiculam ingenuidade e falsas promessas" o filósofo citado acima apontou a nossa impotência para controlar a felicidade, recorrendo a Rousseau para defender a natureza do Homem como Ser Relacional, que precisa dos outros para ser feliz.
Gilles Lipovetsky faz a ressalva de que o alvo das suas críticas não é o consumo, mas sim o excesso de consumo:
"O consumo deverá ser um meio, e não um fim em si".

O problema reside na capacidade de inverter a "paixão consumista": é preciso outra paixão, motivar as pessoas para outros objetivos para além do consumo, que não passa de um "paraíso passageiro".
Podemos falar assim de uma "ecologia da existência", de novos modos de educação e de trabalho que permitam relativizar o universo do consumo.