A postagem de hoje pegará emprestado as idéias do britânico Jonathon Porritt, diretor fundador do Forum for Future, uma instituição não-lucrativa para o desenvolvimento sutentável. Porritt é membro do Green Party e, até há pouco tempo, foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, nomeada pelo governo britânico, onde assumiu posições muito críticas em relação às políticas de Gordon Brown. Desafiante e crítico, este inglês de 59 anos, foi muito claro ao afirmar que
" O Mundo está no caminho errado, e para ganharmos a batalha da sustentabilidade vamos ter de repensar o nosso modelo econômico, o nosso modelo de progresso"
É precisamente agora, em tempos de crise econômica, que se apresenta o momento certo para mudarmos o caminho.
Consciente de que o ambiente encontra-se na encruzilhada, Jonathon Porritt anda dizendo que nunca sairemos dessa encruzilhada sem uma"ética global" e sem que resolvamos o problema da economia.
Ele dá como exemplo a convicção do governo britânico de que é preciso aumentar o crescimento econômico, apostando também na redução das emissões de gases.
Porritt põe completamente em causa esta crença no crescimento, sem nenhuma consequência, e acrescenta que Gordon Brown ao escrever na Newsweek - na ocasião da Conferência de Copenhague -, "temos poucas semanas para salvar o mundo", estava fazendo retórica diplomática.
Como é possível acreditarmos que teremos 9 bilhões de pessoas numa economia em crescimento, a consumir avidamente, e que vamos reduzir 80% das nossas emissões? - a meta traçada para 2050.
Referindo-nos aqui ao resultado de Copenhague acrescentamos que fez parte do "negócio" lá acertado nunca por em causa o modelo de governanança ou desafiar a natureza do modelo econômico porque eles são "sagrados".
Como já falamos em ocasiões anteriores, falarmos de alterações climáticas enquanto questão ambiental é não percebermos nada do que está em causa.
Concordamos com as conclusões de Porritt, que essa mesma alteração climática pode ter sido uma das melhores coisas que nos aconteceram. As alterações do clima vão forçar-nos a mexer, a dar-nos conta da "armadilha" que foi montada nos últimos 50 anos e a repensarmos, mais fundo em cada ser humano, como vamos poder sair dela.
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