O progresso que surge a partir da Revolução Industrial vai criando aos poucos as grandes concentrações urbanas e surgem metrópoles e magalópoles como New York, Tóquio, São Paulo, México, Calcutá, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Los Angeles e outras. A qualidade de vida decai e estas metrópoles com problemas de poluição, de criminalidade, deterioração de serviços públicos surgem "como um pesadelo no sonho do progresso linear em que se embalavam os teóricos do crescimento" (1).
Na América Latina, por exemplo, as previsões são pessimistas, pois a região que possuía 70% da população urbana em 1985 atingiu 76,4% da população urbana em 2000 e atingirá 85% em 2025. Centros urbanos como Cidade do México ou em São Paulo devem crescer mais do que Tóquio, New York, Los angeles ou Londres (2).
Os problemas que este progresso gerou não deve levar-nos a condenar completamente o progresso ou tentar mesmo uma regressão ao passado (o que seria impossível), mas deve levar-nos a repensar o modelo de desenvolvimento que adotamos. Este modelo de desenvolvimento promoveu a concentração de renda, a poluição e a grande maioria dos processos que levaram à degradação do meio físico (3).
Como veremos nas próximas postagens, este modelo provocou grande fome e miséria.
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- Celso FURTADO - O mito do desenvolvimento econômico, 16-17.
- Joana A. PALMA - "O Crescimento rápido nas Américas" in SM, mar.-abr. 1991, p.7.
- Celso FURTADO - O mito do desenvolvimento econômico, p. 19.